Agrobiodiversidade e sementes ciroulas: agenciando novas territorialidades rurais em comunidades da Região Centro Sul do Paraná / BR = Agrobiodiversity and creole seeds: agenting new rural territorialities in traditional communities of the South-Central Region or Paraná/BR
DOI:
https://doi.org/10.18002/pol.v0i32.6406Palavras-chave:
Geo-historia, Banco de Sementes, Faxinal, Desenvolvimento Rural, Geo-history, Seed Bank, Rural DevelopmentResumo
O presente trabalho discute a produção do conhecimento científico acerca da agrobiodiversidade de territórios tradicionais paranaenses numa perspectiva geo-histórica e cultural, evidenciando as interfaces entre os conceitos de território/territorialidades e as práticas socioculturais patrimoniais. Tem como objetivo principal, compreender como os atores de algumas comunidades rurais tradicionais do Estado Paraná/Brasil (faxinalenses e quilombolas), reproduzem e simbolizam a agrobiodiversidade, dando sentido às suas práticas e memórias. As sementes crioulas são tema de uma ecologia de práticas e saberes, e configuram-se como novos sujeitos de direito por permitir a reprodução das identidades patrimoniais. Através das sementes crioulas, é engendrada uma ecologia de saberes e práticas socioterritoriais, posibilitando às comunidades agenciar suas identidades em redes de atores que buscam construir estratégias de reprodução socioterritoriais alternativas ao desenvolvimento rural. Nesse contexto, a formação de um Banco de Sementes Crioulas representa uma nova estratégia coletiva para a revalorização da agrobiodiversidade, pois organizam e conectam esforços para a territorialização desses saberes patrimoniais materializados em variedades de milho, arroz, feijão, abóboras, temperos e árvores nativas. Na configuração das territorialidades da convivencialidades de comunidades rurais latino-americanas, devemos destacar principalmente a hibridização de práticas de natureza das populações autóctones, como também, o processo colonial dos portugueses e espanhóis, pois todas as heranças são ressignificados e hibridiadas frente à múltiplas modalidades que se territorializam e atravessam as comunidades rurais.
The present work discusses the scientific knowledge production about the agrobiodiversity of traditional Paraná territories in a geo-historical and cultural perspective, foregrounding the interfaces between the territory’s concepts /territorialities and heritage social-cultural practices. It has as an main aim to understand how the actors of some traditional rural communities in the State of Paraná / Brazil (faxinalenses and quilombolas), reproduce and symbolize agrobiodiversity, giving meaning to their practices and memories. Creole seeds are the of an ecology of practices and knowledge, and they are configured as new subjects of law for allowing the patrimonial identities reproduction. Through creole seeds, an ecology of socio-territorial knowledge and practices are engendered, enabling communities to manage their identities in networks of actors who seek to build socio-territorial reproduction strategies that are an alternative to rural development. In this context, the formation of a Creole Seek Bank represents a new collective strategy for the agrobiodiversity revaluation, as they organize and connect efforts to territorialize this heritage knowledge materialized in varieties of corn, rice, beans, pumpkins, spices and native trees. In the territorialities configuration of the coexistence of Latin American rural communities, we must highlight mainly the hybridization of nature practices of the indigenous populations, as well as the Portuguese and Spanish colonial process, because all inheritances are re-signified in face of the multiple modalities that territorialize and cross rural communities.
Downloads
Métricas alternativas
Referências
BASSOLS, N. B., FLORIANI, N. (Orgs.). (2016). Saberes, paisagens e territórios rurais da América Latina, Curitiba, Ed.UFPR.
FLORIANI, D. (2013). Crítica da Razão Ambiental: pensamento e ação para a sustentabilidade, São Paulo, Annablume.
HAESBAERT, R. Dilema de conceitos: espaço, território e contenção territorial. In: SAQUET, M. A. (2009); SPOSITO, E. S. Território e territorialidades: teoria, processos e conflitos. São Paulo: Expressão Popular, p. 95-120.
LITTLE, P.E. (2004). Territórios sociais e povos tradicionais no Brasil: por uma antropologia da territorialidade. Tempo Brasileiro, Rio de Janeiro, p. 251-290. Disponível em: <http://www.dan.unb.br/images/pdf/anuario_antropologico/Separatas%202002-2003/2002-2003_paullittle.pdf > Acesso em: 18 fev. 2020.
NERONE, M. M. (2015). Sistema Faxinal: terras de plantar, terras de criar, Ponta Grossa, Ed. UEPG.
SANTILLI, J. (2012). A Lei de Sementes brasileira e os seus impactos sobre a agrobiodiversidade e os sistemas agrícolas locais e tradicionais. “Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi. Ciências Humanas”, v. 7, n. 2, p. 457-475.
SAQUET, Marcos Aurélio; CANDIOTTO, Luciano Z. P.; ALVES, Adilson Francelino. Construindo uma concepção reticular e histórica para estudos territoriais. In PEREIRA, Silvia Regina; COSTA, Benhur Pinós da; SOUZA, Edson Belo Clemente de (Orgs). (2010). “Teorias e Práticas territoriais: análises espaços-temporais”. São Paulo, Expressão Popular, p. 53-68.
SAQUET, Marcos A. (2007). Abordagens e concepções de territorio, São Paulo, Expressão Popular.
TABORDA, V. (1987). Alto Trás-os-Montes: estudos geográficos. Lisboa, Livros Horizonte.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Secção
Licença
Direitos de Autor (c) 2020 Cleusi T. Bobato Stadler, Nicolas Garrido Floriani
Este trabalho encontra-se publicado com a Licença Internacional Creative Commons Atribuição-NãoComercial-CompartilhaIgual 4.0.
Los autores que publican en esta revista están de acuerdo con los siguientes términos:
- Los autores ceden de forma no exclusiva los derechos de explotación (reproducción, distribución, comunicación pública, transformación) a las Universidades de León, Salamanca y Valladolid, que lo pondrán a disposición pública en la página web de la revista (http://revpubli.unileon.es/ojs/index.php/poligonos/index) y en el repositorio propio Bulería (https://buleria.unileon.es/handle/10612/374)
- Los autores pueden establecer, por separado, acuerdos adicionales para la distribución no exclusiva de la versión de la obra publicada en la revista (por ejemplo, alojarlo en un repositorio institucional o publicarlo en un libro), comunicándolo al Equipo Editorial y con un reconocimiento explícito de su publicación inicial en Polígonos. Revista de Geografía.
- Este trabajo se encuentra bajo la Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International License. Puede consultarse desde aquí la versión informativa y el texto legal de la licencia.
- Los autores se compromentes a aceptar las sugerencias de los Evaluadores externos o del Equipo Editorial. En caso de discrepancia con las mismas, los autores deben justificar debidamente su propuesta.
- Se permite y se anima a los autores a difundir electrónicamente las versiones post-print (versión evaluada y aceptada para su publicación) de sus obras, ya que favorece su circulación y difusión y con ello un posible aumento en su citación y alcance entre la comunidad académica.