Caracterização cinesiológica do choku-tsuki executado com impacto e sua comparação com a execução sem impacto

António M. VencesBrito

doi:10.18002/rama.v7i1.42

Autores

António M. VencesBrito IPS - Escola Superior de Desporto de Rio Maior

DOI:

https://doi.org/10.18002/rama.v7i1.42

Palavras-chave:

Desportos de Combate, Karaté, Controlo Motor, Cinesiologia, Electromiografia

Resumo

Objectivos: Este trabalho tem como objetivo efetuar a caracterização cinemática e electromiográfica de um soco básico de karaté (choku-zuki) realizado com impacto num alvo (makiwara) por karatecas experientes, e comparar com a execução sem impacto efetivo no alvo (com controlo). Esta caracterização permite ao treinador (sensei) saber como o treino influencia a realização do soco em cada uma destas vertentes, e a partir dessa informação definir estratégias de treino que considere adequadas aos seus objetivos.

Método: Numa amostra de dez karatecas masculinos da seleção Portuguesa foram recolhidos dados cinemáticos e electromiográficos durante a execução do choku-zuki, com impacto e sem impacto, relativamente aos segmentos braço e antebraço.

Resultados: Verificou-se que a actividade cinemática e neuromuscular na realização do choku-zuki acontece num intervalo de tempo inferior a 300 ms. A actividade muscular e segmentar estudada mostra uma tendência de activação sequencial com um sentido próximo-distal, com a musculatura interveniente no segmento braço a ter maior intensidade de ativação que os músculos intervenientes no segmento antebraço. Os movimentos de flexão do braço realizados na articulação do ombro e de extensão do antebraço realizado na articulação do cotovelo são efetuados com grande amplitude. Já a pronação do antebraço realizada na articulação do cotovelo não é completa e é tendencialmente o movimento segmentar que inicia a execução do choku-zuki.

Conclusão: Comparativamente a execução do choku-zuki com impacto e sem impacto é cinesiológicamente diferente. Esta diferença realça a importância que os treinadores deverão dar ao ensino da execução e treino do soco com impacto efetivo no alvo.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Métricas alternativas

Biografia Autor

António M. VencesBrito, IPS - Escola Superior de Desporto de Rio Maior

António M. VencesBrito é Doutor em Ciências da Motricidade, Mestre em Treino de Alto Rendimento. É docente na Escola Superior de Desporto de Rio Maior – Instituto Politécnico de Santarém (Portugal). É membro do European College of Sport Science, da International Martial Arts and Combat Sports Scientific Society e do Centro de Investigação em Desporto Saúde e Desenvolvimento Humano. É Praticante de karate Shotokan desde 1975 e é treinador e formador da Federação Nacional de Karate – Portugal e da Associação de Karate do Distrito de Setúbal. E-mail: abrito@esdrm.ipsantarem.pt

Referências

Basmajian, J.V., & De Luca, C.J. (1985). Muscles alive. Their functions revealed by electromyography. Baltimore: William & Wilkins.

Bledsoe, G.H., Hsu, E.B., Grabowski, J.G., Brill, J.D., & Li, G. (2006). Incidence of injury in profesional mixed martial arts competitions. Sports Science and Medicine, CSSI, 136‐142.

Cesari, P., & Bertucco, M. (2008). Coupling between punch efficacy and body stability for elite karaté. J Sci Med Sport, 11(3), 353‐356.

Courtonne, C. (1996). Physique et Karaté. Le secret de la puissance. Paris: Editions Chiron.

Desmedt, J.E., & Godaux, E. (1979). Voluntary motor commands in human ballistic movements. Ann Neurol, 5(5), 415‐421.

Dinn, N.A., & Behm, D.G. (2007). A comparison of ballistic‐movement and ballistic‐intent training on muscle strength and activation. Int J Sports Physiol Perform, 2(4), 386‐399.

Giakas, G., & Baltzopoulos, V. (1997). A comparison of automatic filtering techniques applied to biomechanical walking data. J Biomech, 30(8), 847‐850.

Hallett, M., Shahani, B.T., & Young, R.R. (1975). EMG analysis of stereotyped voluntary movements in man. J Neurol Neurosurg Psychiatry, 38(12), 1154‐1162.

Hirashima, M., Kadota, H., Sakurai, S., Kudo, K., & Ohtsuki, T. (2002). Sequential muscle activity and its functional role in the upper extremity and trunk during overarm throwing. J Sports Sci, 20(4), 301‐310.

Hobart, D.J., Vorro, J.R., & Dotson, C.O. (1978). Synchronized myoelectric and cinematographic analysis of skill acquisition. J Human Mov Stud, 4, 155‐66.

Hodges, P.W., & Bui, B.H. (1996). A comparison of computer‐based methods for determination of onset of muscle contraction using electromyography. Electroencephalogr Clin Neurophysiol, 101(6), 511‐519.

Jaegers, S., Peterson, R., Dantuma, R., Hillen, H., Geuze, R., & Schellekens, J. (1989). Kinesiologic aspects of motor learning in dart throwing. J Hum Mov Stud, 16, 161‐171.

Le Bozec, S., Maton, B., & Cnockaert, J.C. (1980). The synergy of elbow extensor muscles during dynamic work in man: I. Elbow extension. Eur J Appl Physiol Occup Physiol, 44(3), 255‐269.

Liang, N., Yamashita, T., Ni, Z., Takahashi, M., Murakami, T., Yahagi, S., & Kasai, T. (2008). Temporal modulation of agonist and antagonist muscle activities accompanying improved performance of ballistic movements. Hum Mov Sci, 27(1), 12‐28.

Link, N., & Chou, L. (2011). The anatomy of martial arts, an illustrated guide to the muscles used inkey kicks, strikes & throws. Ulysses Press.

McGill, S.M., Chaimberg, J.D., Frost, D.M., & Fenwick, C.M. (2010). Evidence of a double peak in muscle activation to enhance strike speed and force: an example with elite mixed martial arts fighters. J Strength Cond Res, 24(2), 348‐357.

Meskers, C.G.M., Helm, F.C.Tvd., Rozendaal, L.A., & Rozing, P.M. (1998). In vivo estimation of glenohumeral joint rotation center from scapular bony landmarks by linear regression. J Biomech, 31, 93‐96.

Meskers, C.G.M., Fraterman, H., Helm, F.C.Tvd., Vermeulen, H.M., & Rozing, P.M. (1999). Calibration of the “Flock of Birds” electromagnetic tracking device and its application in shoulder motion studies. J Biomech, 32(6), 629‐633.

Micera, S., Sabatini, A.M., & Dario, P. (1998). An algorithm for detecting contraction by EMG signal processing. Med Eng Phys, 20(3), 211‐215.

Nakayama, M. (1983). Dynamic Karaté: Instruction by the Master. Tokyo: Kodansha International LTD.

Neto, O.P., & Magini, M. (2008). Electromiographic and kinematic characteristics of Kung Fu Yau‐ Man palm strike. J Electromyogr and Kinesiol, 18(6), 1047‐1052.

Pezarat‐Correia. P., Santos, P., Veloso, A., & Cabri, J. (2001). Differences in the agonist/antagonist EMG pattern during a throwing task performed by experimented dart throwers and untrained subjects. Med Sci Sports Exerc, 33(5), S216.

Putnam, C.A. (1993). Sequential motions of body segments in striking and throwing skills: descriptions and explanations. J Biomech, 26(1), 125‐135.

Roetenberg, D., Buurke, J.H., Veltink, P.H., Forner Cordero, A., & Hermens, H.J. (2003). Surface electromyography analysis for variable gait. Gait Posture, 18(2), 109‐117.

Sanes, J.N., & Jennings, V.A. (1984). Centrally programmed patterns of muscle activity in voluntary motor behaviour of humans. Exp Brain Res, 54(1), 23‐32.

Sbriccoli, P., Camomilla, V., Di Mario, A., Quinzi, F., Figura, F., & Felici, F. (2010). Neuromuscular control adaptations in elite athletes: the case of top level karateka. Eur J Appl Physiol, 108(6), 1269–1280.

Schimdt, R. (1993). Apprentissage moteur et performance. Paris: Vigot.

Schmidt, R.A., & Wrisberg, C.A. (2000). Motor learning and performance. A problembased learning approach. 2nd ed. Champaign, IL: Human Kinetics.

Van Gheluwe, B., & Hebbelink, M. (1985). The kinematics of the service movement in tennis: A three‐dimensional cinematographical approach. In Winter, D., Norman, R., Wells, R., Hayes, K., & Patla, A., editors. Biomechanics IXB (pp. 521‐526). Champaign: Human Kinetics.

Veeger, H.E.J. (2000). The position of the rotation center of glenohumeral joint. J Biomech, 33(12), 1711‐1715.

Wadman, W., Denier van der Gon, J.J., Geuze, R.H., & Mol, C.R. (1979). Control of fast goal‐directed arm movements. J Hum Mov Stud, 5, 3‐17.

Wilk, K.E., Arrigo, C.A., & Andrews, J.R. (1997). Current concepts: the stabilizing structures of the glenohumeral joint. J Orthop Sports Phys Ther, 25(6), 364‐379.

Witt,e K., Emmermacher, P., Hofmann, M., Schwab, K., & Witte, H. (2005). Electromyographic researches of gyaku‐zuki in karaté kumite. In Wang, Q., editor. Proceedings of XXIII International Symposium on Biomechanics in Sports (pp. 861‐865). Beijing: The People Sport Press.

Ying, N., & Kim, W. (2002). Use of dual Euler angles to quantify the three‐dimensional joint motion and its application to the ankle joint complex. J Biomech, 35(12), 1647‐1657.

Zetaruk, M.N., Violan, M.A., Zurakowski, D., & Micheli, L.J. (2005). Karaté injuries in children and adolescents. Br. J. Sports Med, 39, 29‐33

Zetaruk, M.N., Violan, M.A., Zurakowski, D., Micheli, L.J. (2000). Karaté injuries in children and adolescents. Accident Analysis and Prevention, 32, 421‐425.