Nâo se nasce homem, torna-se homem: performatividades do masculino em uma barbearia

Tainan Pauli Tomazetti; Dieson Marconi; Alisson Machado

doi:10.18002/cg.v0i13.4987

Auteurs

Tainan Pauli Tomazetti Universidade Federal do Rio Grande do Sul, UFRGS
Dieson Marconi Universidade Federal do Rio Grande do Sul, UFRGS
Alisson Machado Universidade Federal de Santa Maria, UFSM

DOI :

https://doi.org/10.18002/cg.v0i13.4987

Mots-clés :

Masculinidades, barbearia, performatividades, heteronormatividade, mídia

Résumé

A partir de uma observaçâo em uma barbearia de classe média alta na cidade de Porto Alegre, Rio Grande do Sul, o artigo reflete a respeito das performatividades do masculino e da articulaçâo de uma ética e de uma estética vinculadas a noçâo de masculinidade elaborada nesse espaço. Relacionando os sentidos observados dessas práticas com a figura do lumbersexual, demonstramos a maneira pela qual a masculinidade é relacionada à natureza do homem, ocultando os procedimentos performáticos e os efeitos discursivos pelos quais ela é produzida. Apesar de altamente regulada, o trabalho de cuidado de si indica nuances de disputas dos sentidos a respeito das masculinidades tradicionais, ainda que nâo postulem rupturas ao modelo dominante e prescritivo da heteronormatividade.

Téléchargements

Les données relatives au téléchargement ne sont pas encore disponibles.

Métricas alternativas

Bibliographies de l'auteur

Tainan Pauli Tomazetti, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, UFRGS

Doutorando no Programa de Pós-Graduaçâo em Comunicaçâo e Informaçâo da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (PPGCOM- UFRGS). Mestre em Comunicaçâo Midiática e Bacharel em Comunicaçâo Social (Jornalismo) pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Integra o Grupo de Pesquisa em Processos Audiovisuais (PROAv-UFRGS) e o Moviola - Laboratório de Estudo, Pesquisa e Produçâo em Memória e Narrativas Audiovisuais (UFSM), ambos registrados junto ao CNPq. Tem experiência na área da Comunicaçâo, com ênfase em mídias, gêneros e sexualidades, atuando principalmente nos seguintes temas: Estudos Queer; Cinema Queer; Cinemas, gêneros e sexualidades; Mídias e movimentos LGBT; Documentário brasileiro; Autoria Cinematográfica; Estéticas e narrativas audiovisuais.

Dieson Marconi, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, UFRGS

Doutorando em Comunicaçâo pelo Programa de Pós-Graduaçâo em Comunicaçâo, da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Mestre em Comunicaçâo e bacharel em Comunicaçâo Social, habilitaçâo em Jornalismo, pela mesma instituiçâo. Possui experiências e interesses nas seguintes temáticas: Teorias da Comunicaçâo e perspectivas qualitativas de investigaçâo; Mídia, gênero e sexualidade; Mídia e sistemas culturais; e Mídia, consumo cultural, identidades e representaçôes sociais.

Alisson Machado, Universidade Federal de Santa Maria, UFSM

A partir de uma observaçâo em uma barbearia de classe média alta na cidade de Porto Alegre, Rio Grande do Sul, o artigo reflete a respeito das performatividades do masculino e da articulaçâo de uma ética e de uma estética vinculadas a noçâo de masculinidade elaborada nesse espaço. Relacionando os sentidos observados dessas práticas com a figura do lumbersexual, demonstramos a maneira pela qual a masculinidade é relacionada à natureza do homem, ocultando os procedimentos performáticos e os efeitos discursivos pelos quais ela é produzida. Apesar de altamente regulada, o trabalho de cuidado de si indica nuances de disputas dos sentidos a respeito das masculinidades tradicionais, ainda que nâo postulem rupturas ao modelo dominante e prescritivo da heteronormatividade.

Références

Beauvoir, Simone (2009): O segundo sexo.2ª ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira.

Bordinhão, Felipe (2012): “Identidade de gênero: anotações sobre a masculinidade contemporânea na publicidade”. En: Cadernos de Comunicação, vol. 16, nº.1, pp. 1-15.

Bourdieu, Pierre (2010): A dominação masculina.14ª ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil.

Butler, Judith(2003): Problemas de gênero: feminismo e subversão da identidade. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira.

Certeau Michel De (2008): A Invenção do cotidiano2.12ª edPetrópolis: Vozes.

ConnelRobert; Messerchmidt James (2013): “Masculinidade hegemônica: repensando o conceito”. En: Revista Estudos Feministas, vol. 21, nº.1 pp. 241-282.

ConnelRobert; Messerchmidt James (1995): “Políticas da masculinidade”. En: Educação & Realidade, vol. 20, nº. 2, pp. 185-206.

Damatta, Roberto (1987): Relativizando: Uma introdução à Antropologia Social. Rio de Janeiro: Rocco.

Damatta, Roberto (2010):“Tem Pente Aí? Reflexões sobre a Identidade Masculina”. En: ENFOQUES, vol. 9, nº.1, pp. 134-151.

Figari, Carlos (2012): “Semióticas queer: subversiones simbólicas de experiências abyetas”. En: DeSignis, vol. 1, nº. 19, pp.47-57.

Furtado, Juliana (2008):“Porque eu sou é homem: a representação do masculino na publicidade brasileira na década de 1970 e nos anos 2000”. Dissertação (Mestrado em Comunicação e Práticas de Consumo) –Escola Superior de Propaganda e Marketing, São Paulo.

Flusser, Vilén (2011): Natural:mente: vários acessos ao significado de natureza. São Paulo: Annablume.

Garnoggini, Flailda Brito (2005): “O homem na publicidade da última década. Uma cultura em mutação?” En: Educar em Revista, vol. 1, nº.26, pp. 99-114.

Garcia, Wilton (2005): Corpo, mídia e representação: estudos contemporâneos.São Paulo: Pioneira Thomson Learning.

Geertz, Clifford (2012): A interpretação das culturas. Rio de janeiro: LTC.

Lacombe, Andrea (2012): “Além das fronteiras da pele: masculinidades de mulheres em um Bar do centro do Rio de Janeiro”. En: DeSignis, vol. 1, nº.19, pp.144-152.

Lotmam, Yuri (1999): Cultura y explosión. Barcelona: Editora Gedisa.

Marcus, George (2001): “Etnografía en/del sistema mundo. El surgimento de la etnografía multifocal”. En: ALTERIDADES, vol. 11, nº. 22, pp. 111-127.

Miskolci, Richard (2009): “Teoria Queer e a Sociologia: o desafio de uma analítica da normalização”. En: Sociologias,vol. 11, nº. 21, p. 150-182 jan/jun.

Nicholson, Linda (2000): “Interpretando o gênero”. En: Revista Estudos Feministas, vol. 2, nº.8, pp. 10-41.

Ortner, Sherry (1979): “Está a mulher para o homem assim como a natureza para a cultura?” En: Michele Z. Rosaldoe Louise Lamphere (coord.):A mulher, a cultura, a sociedade. Rio de Janeiro: Paz e Terra.

Preciado, Paul (2014): Manifesto contrassexual.São Paulo: N-1 edições.

Reyes, Mauricio (2005): “Hombres: cuerpo, género y sexualidade”. En: Cuicuilco, vol. 12, nº.33, pp. 173-202.

Ribeiro,Claudia; Siqueira, Vera Helena(2007): “O novo homem na mídia: ressignificações por homens docentes”. En: Estudos Feministas,vol. 15, nº.1, pp. 217-241.

Rosaldo, Michele. Z.; Lamphere, Louise (1979) (coord.): A mulher, a cultura, a sociedade.Rio de Janeiro: Paz e Terra.

Rosário, Nisia (2008): “Imagens midiáticas em corpos eletrônicos”. En: Intexto.vol. 1, nº. 18, pp. 1-13.

Ruiseñhor, Elsa (2002): “La masculinidad como posición social: un análisis desde la perspectiva de género”. En: OMNIA, vol. 17-18, nº.41, pp. 103-109.

Velho, Gilberto (2013): Um antropólogo na cidade: ensaios de antropologia urbana. Rio de Janeiro: Zahar.